segunda-feira, 13 de maio de 2013

Formas livres, presas e dependentes
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            Esta postagem menor não indica que o assunto seja menos relevante na formação do profissional lingüista. Algumas formas da língua podem representar sozinhas expressões ou sentenças inteiras (que não se confunda com os vocábulos formados por um morfema, da primeira postagem). Outras são capazes de se movimentar em um conjunto de outras palavras, mas não pode existir fora de algum contexto maior que a delimite. Por fim, há aquelas que não podem se locomover ou ter significado fora de algum contexto.
            Na ordem em que aparecem, as formas LIVRES são aquelas que representam, sozinhas, algum significado, marcado pelo contexto extralinguístico, como a entonação ou um gesto que o acompanhe. É o exemplo de “mais”, no seguinte contexto
“-Você comprou o que queria?
-Mais!”


Ou neste outro:


Na direta respondida, o vocábulo “Escolhe”, no gênero em que está empregado, solicita ao participante que proponha um sinônimo para compor a definição. Significa que, posto o contexto, o falante deve ser capaz de entender o enunciado solicitado pela palavra.
            Por sua vez, as formas PRESAS são aquelas que necessitam inteiramente de outra forma para compor um significado. Veja-se em
-sist-, consistir, insistir, desistir, resistir; -clar- em claro, clara; -mento-, aparecimento,
reconhecimento.[1]
Significa dizer que –sist-, embora não constitua um significado sozinho, une-se aos afixos próprios da língua, que lhe atribuem os significados encontrados na lista de palavras.
            Enfim, as formas chamadas DEPENDENTES foram propostas por Mattoso Câmara Júnior, a despeito da definição original de Boobmfield (1933). Essas formas encontram-se parcialmente alimentadas de significado, pois continuam dependendo de um contexto próximo, ou seja, são aquelas que giram ao redor das palavras vizinhas, mas não podem vir sozinhas. Leia-se: Denílson Matos (2009), em curso de Língua Portuguesa II – Morfologia I, ressalta que essas formas são necessárias ao ajuste da sentença, ou seja, não possuem vida independente, mas não são ligados necessariamente ao mesmo elemento, senão relacionados a um campo ao qual pertencem e no qual possui certa mobilidade.



No comercial de cerveja, pode-se citar como formas dependentes os artigos (uns, as), o pronome e a conjunção (mas), que se aplicam a uma infinidade de outros contextos e, no entanto, não apresentam significado sozinho.



Um comentário:

  1. Rebeca, gostei da postagem. Tua postagem está ótima, mas cuidado ao citar o autor. O nome certo é Bloomfield. Além disso, por que não analisar o que a propaganda representa e a mensagem que ela passa? Exponha tua opinião. Outro ponto: as palavras consistir, insistir, desistir e resistir estão na lista de análise que eu e Prof. Dioney faremos, juntos, assim que ele voltar da licença. Nós temos algumas ressalvas sobre tais palavras. Aguarde. Em breve passarei isso para você. Abraços :)

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